sexta-feira, 25 de março de 2016

Austeridade e amor próprio

Nenhum tipo de austeridade é positiva, nem a que você faz aos outros, e nem a que faz a si mesmo. Nada que esteja tenso faz parte do fluxo, pelo contrário, tensão é o mesmo que anti-fluxo, por isso, nenhum tipo de extremo o conduzirá para o resultado que espera. Tentar buscar equilíbrio entre o seu lado luz e o seu lado sombra não é o caminho. Para equilibrar qualquer coisa que seja é necessário tensionar para um dos lados, e isso requer esforço, muita atenção e muita tensão, ou seja, no primeiro descuido a corda se romperá.

A verdadeira busca de quem está no caminho do autoconhecimento deve ser a harmonia, o caminho do meio, a integração harmoniosa de todos os aspectos que compõe o seu ser, e isso só é possível através do não julgamento, da aceitação e do amor próprio.

Renegar as coisas do mundo pelo fato de estar num caminho espiritual é um erro. Deixar de freqüentar ambientes porque acha não ser apropriado energeticamente para você é uma fuga. Crer que dinheiro e bens materiais não são coisas divinas é uma tremenda ilusão, pois toda energia é neutra e quem a direciona para o bem ou para o mal é aquele que está em poder dela.

Lembre-se que você está no mundo, portanto, nada mais natural que você usufrua das coisas que ele tem a oferecer. Desde que você as use, não permitindo que elas passem a usar você, a sua vida e a sua experiência neste mundo terão sido engrandecedoras.

Portanto, olhe para o céu e não se esqueça que você é um espírito tendo uma experiência na matéria. Mas, igualmente, lembre-se que
neste momento você está como humano e, por isso, deve aproveitar essa experiência em sua plenitude.

Diogo Beltrame. 

Acredite no simples.

Existe um ensinamento muito profundo que, na antigüidade, nas escolas iniciáticas de todas as partes do mundo, era passado aos iniciados, aos escolhidos, aos poucos que tinham amplitude de consciência suficiente para absorver tal informação em toda sua profundidade e, ao mesmo tempo, simplicidade.

Tal ensinamento também está descrito no conteúdo de "Um Curso em Milagres", e diz o seguinte:

Somente Deus é real. Só o que existe é Deus, e Deus é amor, portanto, tudo o que vem dele é amor e só o amor e os seus frutos podem ser reais. Qualquer coisa que não seja amor, ou um desencadeamento do amor, não passa de mera ilusão holográfica criada pela mente coletiva por conta de crenças que se projetam no externo.

Qualquer pensamento seguido de uma emoção se projeta no mundo das formas e, sob determinada ótica, passa a existir para aqueles que estão envolvidos energeticamente com ele. No mundo criado pelos pensamentos tudo existe e tudo pode ser experimentado. Mas, sobretudo, não podem ser reais. São apenas sonhos que parecem reais, assim como você acha real aquilo que vive enquanto o seu corpo descansa a noite.

A vida é um sonho e você é a imaginação de si mesmo. Essa é a Matrix, uma grande ilusão que se forma a partir da afinidade coletiva de planos mentais regidos pelo medo e todos os demais atributos vindouros do ego (mente) humana. A união dessas crenças formam aquilo que você conhece como realidade e o arremessa para dentro dela usando a sua crença de que é a verdade ultima. Trata-se de uma limitação mental a qual a humanidade foi condicionada afim de não enxergarem o que está por detrás do véus de Maya. É por isso que todos os Budas insistiram tanto num único ponto. Todos ele disseram que a humanidade dorme, e isso não é viver. Se todos dormem e isso não é vida, o correto é que todos despertem e que possam, após muitas milhares de existências, estarem finalmente vivos. Isto é, capazes de enxergar a única realidade possível: o amor e a perfeição divina que caminha ao lado dele.

A guerra não é uma criação de Deus, logo, ela não é real. A violência, a maldade, a ganância, injuria, cobiça, inveja, magia negra, velhice, obesidade, degeneração e miséria não foram criadas por Deus, portanto, elas não existem. Só o que existe é Deus, e Deus é amor.

É necessário recuperar a memória desta verdade que está dentro de você. No fundo você já sabe dela, basta ir recuperando essa sabedoria afirmando isso a cada situação inusitada que possa estar vivendo neste momento.

Portanto, olhe para os seus medos, olhe para todas para as mazelas da sua vida (finanças, brigas, traições e todos os demais problemas), e traga tudo isto para o seu campo mental dizendo e sentindo a grande verdade que está por detrás desta frase:

Isso (diga o problema claramente), não é uma criação de Deus, portanto não é real. Ele não existe.

Lembre-se que você está dormindo. Aceite isto. Aceitar que dorme e adquirir a consciência dos seus sonhos é o primeiro passo para acordar. O sonho permanecerá aí por algum tempo, mas você estará consciente dele, portanto, não será mais alimentado e vai ser dissolvido na grande luz da consciência.

Apesar da simplicidade deste ensinamento, ele se torna complexo justamente por ser simples demais. É difícil acreditar totalmente nele porque são muitas vidas condicionadas a acreditar no que você acredita, e por isso leva-se tempo para substituir essa crença. Mas, ao começar, após algumas semanas, você perceberá as mudanças gradativas que ocorrerão em seu mundo e, após notá-las, vai desenvolver uma nova percepção sobre você e a sua vida.


Diogo Beltrame.

A luz da consciência.

Existe uma fórmula para curar a mente que ainda não foi compreendida nem pelo ocidente e nem pelo oriente. Aqui, no ocidente, as técnicas terapêuticas pregam a analise de todo o passado. A pessoa é estimulada a passar toda a sua vida numa peneira. Ela precisa analisar todo o seu passado, de cabo a rabo, até eliminar toda memória causadora do sofrimento, e esse não é o caminho. Analisar e compreender as causas tem lá a sua valia, mas não basta, até porque o passado é um buraco sem fundo e a pessoa precisaria de muitas vidas para resolver todos os problemas de uma única só vida; e enquanto fizesse isto outros novos problemas surgiriam e precisariam ser resolvidos em outras vidas adiantes. Isso é impossível de ser feito. Fazer isso é o mesmo que tentar secar uma geleira.

Não dá para mudar o passado. O passado não é mais algo em potencial e nem relativo, ele é um fato. O que aconteceu não pode ser mudado e, na melhor das hipóteses, só poderá ser entendido, mudando a sua percepção sobre ele e fazendo com que você consiga substituir a palavra sofrimento por aprendizado, não sendo isto ainda suficiente, pois em seu subconsciente ainda ficaria a mensagem de que aprendizados são difíceis, logo, sofríveis. E se algo é sofrível você tende a não querer fazer, ocasionando o bloqueio de qualquer outra oportunidade de aprender, seja lá o que for. Analisar significa entrar no problema, e para entrar nele você está dando energia para essa tal coisa, ou seja, alimentando aquilo que você não quer mais que viva. Portanto, você mesmo estará dando comida para o lobo mal do qual sente tanto medo. Entenda bem, compreender as causas dos seus problemas é importante. É impossível transcender algo que você não sabe o que é. Mas, tentar mudar o passado, ou fazer de conta que ele não foi tão ruim quanto você pensa é ilusão, é mentira. E na mentira nada se resolve.

É bem provável que a sua raiva atual esteja relacionada com algo que aconteceu em seu passado. A raiva tem que nascer em algum momento, e isso representa algo que já passou. Mas e daí? O que importa onde ela nasceu? E se essa raiva veio de outra vida? E se essa raiva veio de uma vida bem distante? Quantas regressões terão que ser feitas para se chegar até a causa principal dela?

Percebe o tamanho do buraco que você estará entrando?

Mais importante do que saber o "onde" algo surgiu, é aprender "como" lidar com ele. Isto é, estar consciente do que acontece com você e praticar o testemunho disto. Quando você é uma testemunha das energias que estão dentro de você, automaticamente estará consciente de cada uma delas, e não existe espaço para a consciência e para a raiva ocuparem simultaneamente. Só existe espaço para uma delas. Se você está consciente a raiva não pode estar presente. Se a raiva está presente você não está consciente. Onde tem consciência só existe consciencia. Consciência é luz, e na luz não existe escuridão. Nenhuma escuridão pode existir onde a luz está presente. A luz ilumina tudo, e o que está claro não pode ser ameaçador.

Torne-se consciente da sua raiva e ela irá embora. Torne-se consciente do seu medo e ele irá embora. Onde a consciência está presente nada pode existir que não seja ela mesma. Você só tropeça no escuro. No claro você não tropeça. A raiva, o ciúme, a insegurança e a avareza são peças jogadas num quarto. Se o quarto está no escuro você tropeça nelas, mas, se a luz está acesa, não.

Portanto, o caminho para a cura mental é a compreensão do que aconteceu e dos impactos disto em sua vida, mas, principalmente, da observação sem julgamento de tudo o que você sente. Ou seja, sendo uma testemunha de si mesmo, sendo aquele que está no alto de uma montanha observando tudo o que acontece nela, mas sem interferir na natureza que as acompanha.

E como estar consciente a partir da observação?


O passado é um peso morto. Ele é um fardo que você carrega junto de si, para cima e para baixo, como se fosse uma sombra.
É necessário que se encerre os ciclos vividos. Se você terminou um relacionamento, não traga mais ele para o seu momento presente. Se você brigou com alguém, ou se foi injustiçado, não traga essa briga ou a sensação de ser uma vítima para o seu agora. Toda vez que você se lembra da agressão que possa ter sofrido no passado, ao acessar essa memória, é você mesmo que está se agredindo, e não mais aquele que o agrediu. Não importa o que tenha acontecido ontem, ano passado, ou há dez anos atrás. Isso não é mais real e deve ficar lá trás, e não aqui. Não importa se o passado é bom ou ruim. Você teve ótimas e péssimas experiências, mas nenhuma delas existem mais, elas são mortas e devem ser liberadas. Você deve se desapegar de toda essa bagagem velha, pesada e inútil.

Trazer o passado para a sua vida é assassinar o momento presente, pois o passado é morto e nada que esteja morto pode tocar a vida. A vida existe, ela está acontecendo agora, mas ao trazer as suas memórias passadas para ela, você a transformou nesse mesmo passado. Você a matou. Você tirou a vida dela e perdeu mais uma oportunidade de experimentar essa vida.
Você fez muitas viagens deste que chegou aqui, neste planeta, nessa vida. A sua roupa está cheia de pó. Ela está suja, muito suja. Não é mais possível distinguir a roupa da sujeira, aparentemente elas são uma coisa só. A roupa é a mente. A poeira são as memórias. E não adianta mais tentar lavar essa roupa. Quando alguma coisa está encardida não adianta lavá-la, não adianta colocar uma série de produtos químicos para limpá-la, pois pode até ser que as manchas saiam, mas outras serão deixadas por causa dos produtos que foram usados para limpá-la e, por isso, continuarão sujas. Portanto não as lave, arranque essas roupas e jogue-as fora, simplesmente. Saiba que por trás dessas roupas existe algo. Talvez você tenha esquecido porque está muito acostumado a usar roupas. Você está identificado com essas roupas sujas e acha que elas são parte do seu ser, mas não são. Por trás das roupas existe você, e, mesmo que você se confunda com elas, elas nunca poderão ser você. O que você é não pode ser mudado por nada que o encubra.

Saiba que, para se abrir ao novo, é necessário que antes você abandone o velho. É necessário soltar as memórias, todas elas. Você vive julgando e rotulando tudo o que vê porque traz as memórias do passado, isto é, aquilo que você viveu e classificou naquela ocasião para o seu momento presente. Ou seja, traz as suas percepções para tudo aquilo que se apresenta em sua vida e, por isso, acaba deixando de ver o real para que, a partir da limitação criada pela sua crença, projete todas as suas memórias naquilo que presencia ou vive no momento atual, reproduzindo todas as mesmas situações desgastantes do passado e, muitas vezes, sem se dar conta disto. Se você teve um relacionamento difícil, tende a projetar esse mesmo relacionamento frustrante do passado em seu presente. Se você teve um chefe ordinário, tende a reproduzir essa mesma realidade em seu novo emprego. Não adianta mudar o cenário nem os personagens, você sempre vai atrair para a sua vida o que acredita ser real. A vida não acontece de acordo com o que você quer, ela acontece de acordo com aquilo que você é. A sua vida é o que você acredita ser. Você atrai para a sua realidade tudo que ressoa com seu campo vibratório. Portanto, não adianta querer fugir das experiências passadas negando-as e chamando-as de ruins, pois, enquanto a memórias estiverem ativas e com uma crença equivocada sobre determinado assunto, tudo se repetira, até que você resolva curar e liberar.

A mente só identifica o que ela conhece, e o que ela conhece é aquilo que você viveu, seja essa experiência positiva ou negativa, portanto, a sua mente sempre irá buscar novas experiências que sejam similares as do passado. Esse é o papel da mente, e isso só muda quando você libera tais memórias entendendo que elas são apenas "memórias" e que, portanto, devem ser neutras.
O ser humano se tornou uma máquina de reproduzir o passado para o presente. Você se tornou incapaz de enxergar a realidade que simplesmente é. E, enquanto isso acontecer, a vida e o encanto virgem que caminha com ela não se mostrará a você.

Viver o momento presente é mais do que se fixar no agora e tentar não pensar. Ele é, antes de qualquer outra coisa, a alteração da sua percepção sobre o tempo.

Viver o agora é permitir que novas experiências entrem em sua vida sem distorcê-las de acordo com a sua percepção; é estar aberto para conhecer o novo, assim como uma criança o faz, tendo a oportunidade de voltar a se encantar com a simples, porém, bela e graciosa vida que se apresenta a cada instante diante de você.


Diogo Beltrame

Pensar ou observar?

A maior ilusão da humanidade é achar que a vida está no passado e no futuro. Isso ocorre porque o ego precisa de algo para poder se identificar com o “eu” e o com “meu”, e isso só é possível através da identificação que você tem com a sua história. Para que esse mesmo ego possa continuar vivo, ele precisa traçar metas futuras, pois só assim terá alguma serventia para continuar existindo. É por isso que dentro da sua mente existem tantos desejos projetados em algum lugar do futuro. Trata-se de recursos usados por esse ego para mantê-lo conectado com ele. É isso que ocorre com a grande maioria da população mundial: a identificação com o passado e com o futuro, fazendo com que esses dois espaços-tempos sejam a sua própria vida.

O momento presente, que é o onde tudo está acontecendo, se tornou uma pequena linha que divide o ontem do amanhã. Ninguém dá valor a ele, o momento presente é encarado como uma simples passagem para o amanhã. Mas o amanhã quando chegar será novamente hoje e, portanto, você fará dele apenas mais um instrumento sem importância que serve de passagem para levá-lo até o futuro; e esse tão sonhado futuro nunca chega, porque você não o vê. Quando ele chega já se tornou o presente novamente e você não está interessado nele, seu interesse está só no amanhã.

Pior do que essa ilusão é o fato de você projetar para o seu futuro tudo aquilo que viveu no passado. Sem saber, e de forma automatizada, todo o seu passado se projeta no futuro, pois é isso que você entende como realidade e, por isso, será essa mesma realidade que irá viver. É impossível alguém trafegar entre o passado e o futuro e não sentir as energias densas trafegando dentro de si. O arquétipo do inconsciente coletivo sempre está te puxando para os padrões mentais negativos que acompanham essa humanidade. As formas pensamentos predominantes neste planeta tem total foco no medo, na raiva, na vingança e na insegurança, portanto, é bastante difícil que alguém tenha pensamentos positivos. Ao primeiro descuido a sua mente o arrastará para todos os seus medos e, de acordo com as leis naturais que regem tudo o quê acontece no universo, você atrairá esses medos para a sua experiência de vida.

Pensamentos são tóxicos, isso é um fato, e dentro da sua mente não existem apenas os seus pensamentos. Nossos corpos estão separados, mas as nossas mentes estão todas conectadas. A sua mente não é só sua, dentro dela existe todo inconsciente coletivo. E a mente coletiva é um terror. Ela é um terrível pesadelo atormentando todos aqueles que não estão despertos.

A identificação e a resistência a qualquer coisa que exista é o que gera todos os problemas. Pensamentos são apenas pensamentos. Eles vêm e vão e você não possui nenhum poder sobre eles. Tentar controlar algo só dá mais poder para esse algo. Mas, atrás desses pensamentos, existe algo a mais, existe a presença que pode observá-los, e essa presença é você mesmo. Você não poderia ver os pensamentos se fosse eles. Não poderia observar as emoções se fosse elas. Se você pode observar cada um desses aspectos é sinal de que você é maior do que eles, isso significa que você está no pano de fundo de tudo isto, e por isso não pode ser nada disto. Você, em última análise, é a pura presença que testemunha cada uma dessas energias que estão trafegando dentro do seu campo energético interior.

Pensamentos e emoções estão na periferia do ser, e não no centro. O centro é a presença pacífica que está atrás disto tudo. Quando você está identificado com os pensamentos, é porque saiu do centro e foi para a periferia, e quando está em paz é porque resolveu voltar para o centro pacífico que habita em seu interior.

Pense numa situação, imagine que você está no meio da mata fechada, distante alguns kilômetros da casa que o abriga; e então o tempo fecha e espessas nuvens se formam sob o céu. Uma grande tempestade está chegando e você está lá, no meio da floresta, sujeito a todo tipo de variáveis que acompanham uma grande tempestade. Mas, neste momento, você resolve correr para a casa e não perde tempo, pois sabe que se ficar ali, no meio daquela chuva, ficará completamente vulnerável a ela. E, após uma acelerada nos passos, você consegue chegar em casa antes que a tempestade chegasse até você. Agora você está seguro e amparado dentro da casa que o acolhe, e a chuva, que veio carregada de relâmpagos e trovões, está lá fora cumprindo o seu papel. Nesse momento
existe certa beleza na chuva. Nesse momento ela te encanta porque você apenas a observa dentro de um local seguro, pacífico e acolhedor.

Essa metáfora é para lhe dizer que, pensamentos e emoções desencadeadas por eles, são o mesmo que a floresta e a tempestade. Você não pode lutar contra eles, não pode evitar que eles cheguem, assim como não pode evitar que a chuva venha e faça o que ela sabe fazer. Mas existe um local seguro para lhe abrigar, e de lá você pode ver a beleza que existe nesse fenômeno. De lá, na pura consciência que observa todos os fenômenos, você pode apenas observar o que está acontecendo na periferia e, apreciando tudo o que ocorre nela, aguardar o momento oportuno para continuar a sua exploração.

A consciência, ou seja, a casa que o abriga, não possui nenhum controle sobre o que está lá fora. Ela não precisa controlar nada, ela é segura por si mesma. Ela apenas testemunha. Apenas observa tudo o que acontece sem se identificar com nada daquilo, pois tudo isso está fora dela e não possui nenhum poder sobre ela mesma.

O grande paradoxo é que, uma vez que você está observando e aceitando amorosamente aquilo que acontece na periferia, essas tais coisas desaparecem, elas somem. Uma vez que você torna-se consciente do pensamento e não o julga, ele vai embora. Toda vez que está consciente da raiva, ela desaparece.

Não tente entender isto, isso é algo natural. Não dá para entender o porquê isso acontece. Simplesmente é natural. A água só evapora quando chega a 100 graus, antes disto ela não evapora. Isso é algo natural, não podemos entender, simplesmente acontece. Com as energias que trafegam dentro de nós também é assim, quando nos tornamos conscientes delas, elas somem naturalmente, e isso é tudo o que precisamos saber. 

Diogo Beltrame

Soltar e deixar-se fluir

Você pode e deve estar aberto para tudo de bom que a vida tem a oferecer, porém, não deve criar nenhum tipo de expectativa em relação ao amanhã. Você não deve tentar controlar; não deve impor ao universo o que acha que teria que acontecer, pois o que você acha que deveria acontecer é apenas o reflexo das suas memórias falando através de você, e segui-las é reproduzir literalmente as suas experiências passadas; e reproduzir essas tais experiências não faz ninguém crescer, pelo contrário, tais experiências o arremessam num mar de repetições que não trazem nada de novo.

É impossível prever o que irá acontecer daqui um minuto, uma hora, ou dez anos adiante. Estamos a todo instante sendo impulsionados à tentar prever, ou querer estabelecer como as coisas acontecerão, mas isso não é possível, e essa é a graça da vida. A tentativa de controlar a existência é um instinto movido pelo medo e, se isso fosse possível, a vida seria um mar de tédio, pois somente a energia do novo tem o poder de dar uma nova dinâmica para que coisas novas sejam criadas.  
Se tivéssemos o poder de controlar a vida, não haveria nenhum sentido em viver. Viver é testemunhar e aceitar aquilo que se apresenta diante de você, pois tudo é mágico desde que seja recebido de braços abertos e, principalmente, com a confiança de que a essência do Universo é o amor e o bem-estar, ou seja, tudo o que vem dele e que não tenha a intervenção do ego será o perfeito para você neste momento.

Abra-se para a vida sim. Esteja aberto e autorize a existência exercer aquilo que ela sabe. Permita-se ser surpreendido por tudo aquilo de novo que você ainda não conhece, mas lembre-se que nem você mesmo sabe o que te faz feliz, portanto, é mais inteligente e natural que você deixe isso por conta de quem o conhece melhor do que você mesmo.

Tirar a pressão da vida e acreditar que você está cercado por uma energia sábia e amorosa que tenta a todo instante te envolver e trazê-lo para perto dela, é o que todos nós, como parte da criação que somos, precisamos fazer. Esse é o real significado da palavra fé.

Diogo Beltrame

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O que precede a maldade?

Quanto maior a maldade aparente de alguém, maior é o nível de sofrimento desta pessoa.

Não existem pessoas verdadeiramente más, o que existe são pessoas doentes e que se recusam a olhar para a sua própria doença. Quando eu uso a palavra “doença”, estou me referindo ao sentido literal desta palavra, e que significa algum tipo de disfunção em seu sistema interior que se reflete no exterior.
No caso das doenças emocionais e mentais, esses distúrbios são herdados, geralmente, na infância e na adolescência, e na maioria dos casos estão relacionados ao ambiente familiar, precisamente na configuração Mãe/Pai/Filho.

Uma criança não possui nenhum tipo de discernimento, portanto, ela não sabe que adultos tem problemas e tantas outras coisas para se preocuparem. Para a criança, qualquer tipo de rejeição ou agressão é absorvido como falta de amor, e isso terá conseqüências muito sérias no decorrer da sua vida. Se essa criança sofre agressão moral ou física pelos seus pais, passa a construir uma percepção sobre as demais pessoas seguindo a informação que está recebendo, pois mãe e pai representam o mundo para esta criança e, toda crença que ela terá sobre pessoas, estarão fundadas na imagem que possui desse pai e dessa sua mãe. Ou seja, se a criança sofre nas mãos desses pais com xingamentos, intolerância, repressão e variados tapas no decorrer da sua vida, a imagem que ela terá de seres humanos será exatamente essa: maldade, intolerância e violência, e seguindo o seu instinto de sobrevivência vai criar uma série de mecanismos de defesa para se blindar do mundo.

É isso o que acontece com a maioria dos seres que estão encarnados neste momento. A crença que se possui sobre pessoas é a pior possível. Esta criança, que hoje se tornou um adulto, projeta os seus pais em todos os seus relacionamentos, e sem saber busca se vingar em todos eles, e ao mesmo tempo busca também receber o amor e a proteção que não teve lá trás. Trata-se de uma comum ambiguidade de ação: o desejo inconsciente de vingança caminhando lado a lado com o desejo de amar e ser amado. Neste momento, aquela criança interior do passado e que, ainda está viva, e continua sem discernimento algum, assume completamente o comando da vida da pessoa e sai em busca daquilo que é impossível: se vingar e ser amada ao mesmo tempo.

É muito importante que se entenda que nada se perde quando se fala em termos de consciência e arquivos mentais. Isto precisa ficar muito claro. Não adianta fazer de conta que está tudo bem e se recusar a olhar de frente os seus fantasmas. Toda in-formação plantada lá trás, e que formaram o seu sistema de crenças, ainda está ativa e manipula todos os seus pensamentos e ações, e não tem como parar isto sem iluminar o que está escuro.

Todos esses processos são inconscientes, ou seja, não estão no plano mental. Ninguém faz isso tendo plena consciência do que faz. Ninguém se autodestrói propositalmente. Crença é um botão de “start” que foi acionado há muito tempo atrás, e, enquanto você não desligá-lo, o jogo continuará acontecendo e a sua vida será uma grande montanha russa desgovernada.

Diogo Beltrame.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Ir para 5ªD e conhecer o novo, ou experimentar mais do velho?

Nada passa em vão diante do macro-cosmos. Nenhuma in-formação, pensamento, sentimento, emoção, ação ou reação passam despercebidas ou caem em esquecimento. Essa possibilidade é inexistente e, a cada nano pensamento ou ação que você têm, fica registrado no TODO e no seu campo morfogenético.  

O TODO é onipotente, onipresente e onisciente, isto é, ele possui um poder absoluto, infinito e incomensurável. Ele está em tudo e em todos, e por isso sabe tudo sobre todos, sem nenhuma exceção. Essa inteligência infinita encontra-se em tudo porque esse “tudo” é composto por átomos, e dentro da composição atômica encontra-se o vácuo quântico. Que é o próprio. Que é de onde sai à energia que permeia e sustenta todos os tipos de vidas e organizações universais. Tudo é um composto químico formado por núcleos atômicos que se organizam entre si e que dão forma a matéria, portanto, tudo está sobre o comando desta supra-inteligência e a possui como essência primordial, mesmo que não tenham consciência disto.

E o TODO é amor. E quem tem amor só age a partir do amor. Ele só emana amor e por essa necessidade de doar amor o processo de criação não pára nunca. Quanto mais amor ele sente mais ele cria, e quanto mais ele cria mais amor sente. É por isso que o Universo está em pleno processo de expansão. O TODO não pára um só segundo. Ele sustenta e organiza tudo dentro de uma inteligência que nunca poderá ser compreendida pela mente humana finita, e por esse motivo é necessário grande capacidade de abstração para compreender a mente de Deus e se alinhar com as suas Leis.

Ele é amor, portanto você também é, porém essa essência está encoberta pelo ego que é o senso de individualidade que lhe permite se enxergar como um “eu individualizado”, e que, portanto, possui o livre arbítrio para escolher as suas próprias experiências e caminhos de crescimento. Mas o destino final de todo criatura é o de voltar para a sua criação, ao que chamamos de individuação, o retorno ao lar, a iluminação espiritual. E o caminho que será feito até que isso aconteça será determinado por você mesmo, pois tudo gera crescimento e evolução. Até mesmo a involução desencadeia na evolução. Evolução é o principio que rege tudo o que existe, portanto tudo tende a crescer, para baixo ou para cima. O universo é uma espiral que permite a ascensão através das dimensões interdimensionais que se entrecruzam, ou do declínio através desses mesmos campos magnéticos. Tanto a subida quanto à descida são formas de evolução e de expressão. Tanto a luz quanto a sombra são caminhos de crescimento e que possuem características dualísticas entre elas. Uma segue o caminho sagrado do coração e da unidade, e visa o compartilhamento e o serviço ao coletivo, isto é, tem como essência a colaboração e não a competição. E a outra segue o rumo do ego e da individualidade absoluta, e que visa somente os próprios interesses a partir da visão ilusória do “Eu”, seguindo o princípio da competição entre os indivíduos.

O caminho da ascensão tem como características principais de crescimento e aprendizado a paz, a compaixão e o equilíbrio mental e emocional. Já, a espiral de crescimento que segue o caminho do declínio, é permeada por perturbação, medo, apego á todas as coisas que acha ter conquistado, e o desequilíbrio mental e emocional.   

Estamos num momento em que está havendo a separação do joio e do trigo, e cada alma está escolhendo individualmente por qual caminho seguirá com o seu processo de evolução. Não é certo e nem errado escolher entre uma ou outra, pois ambas chegarão ao mesmo ponto mesmo que seguindo por caminhos diferentes. Mas é necessário que você esteja consciente da opção que vem sendo tomada a cada atitude ou pensamento que tem, pois os bilhetes já estão sendo emitidos para aqueles que estão escolhendo entre subir ou descer.

O planeta terra está subindo e se alinhando com a freqüência da 5ª dimensão, logo, aqueles que quiserem continuar aqui, terão que fazer a sua lição de casa e deixar para trás tudo aquilo que foi criado a partir da ilusão da 3D. Na quinta dimensão não existe espaço para rancor, mágoa, frustração, medos, apegos e competição. Portanto a sua decisão de ir, ou de ficar, está relacionada com esses atributos, e a sua escolha dependerá única e exclusivamente do desapego que você adquirir sobre a sua vida, e sobre o que você pensa que é.

Sendo o momento de decisão (e ele é), é recomendável um momento de introspecção e de avaliação da sua própria vida e experiências. A decisão de ir para novo, ou de continuar no antigo, é somente sua. 


Diogo Beltrame.