Eu gosto de citar as crianças como exemplo, porque todas elas são felizes se não forem incomodadas, podadas ou reprimidas. O seu estado natural e espontâneo é este, o de brincar, dançar, cantar e se divertir. Mas aí chegam os adultos e começam a depositar as suas expectativas e crenças de certo e errado sobre ela. Ela começa a perceber que ser espontânea gera uma série de problemas, pois toda vez que age com naturalidade leva bronca, é castigada e julgada, e por isso essa criança começa a se moldar de acordo com as expectativas que os adultos depositaram sobre ela, tendo como resultado final aquilo que Freud classificou como neurose.
Esse ser passa a sentir algo, mas pensa que o correto é sentir outro. Daí vem à incongruência entre a mente e o coração. A mente quer uma coisa, o coração outra. Essa criança passa a se forçar para gostar daquilo que não gosta. Isto é, passa a se sentir obrigada a gostar e querer aquilo que os adultos esperam que ela goste e queira. E por fim, todos os processos de desequilíbrio mental x emocional estão formados e acompanharão esse ser pelo resto de sua vida.
Você já foi uma dessas crianças e passou por todo esse processo, é por isso que se sente mal, descontextualizado e em constantes conflitos internos.
Mas saiba que, a única orientação a qual você deveria seguir, é a que vem do seu cardíaco. Você vem se identificando com a sua mente desde sempre, e como já deve ter notado não conseguiu encontrar a paz que tanto procura. É necessário desconstruir-se e abandonar os velhos padrões que não trazem paz, e essa missão é interna, dá trabalho, e muitas vezes o colocará diante de situações adversas que precisarão ser vividas para que, a partir das suas próprias experiências, você venha a descobrir que essa orientação interna. Ou seja, que o sábio coração que habita em você, é o mestre que possui a chave para a sua libertação.
Diogo Beltrame.
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