quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Como deixar o sofrimento ir embora?

Como soltar o sofrimento.

Para entender e superar isto, é necessário que se entenda o que de fato é esse tal sofrimento, como ele se forma e o porquê dele estar dentro de você. Isto é, parar com os dramas pessoais tão comuns nesta sociedade e passar a ver esse atributo com um pouco mais de maturidade e amadurecimento espiritual.

O sofrimento é uma expressão de vida que não pôde se expressar. Ou seja, um fluxo de energia que em algum momento foi bloqueada e não pôde passar por você e que, por conta disto, se condensou dentro do seu ser. Como energia não morre, ela apenas se transforma, essa expressão de vida fica dentro de você neste estado condensado, mas agora já não é mais uma expressão, e sim uma repressão. Podemos entender isto como a essência do universo que se manifestaria através de você e que, por não poder ter cumprido o seu papel, se transformou naquilo que conhecemos como sofrimento. Ele saiu do estado vibratório da paz para o de sofrimento. Isto significa que a paz morreu para que o sofrimento pudesse nascer. Ele nasceu, possui consciência e também é uma espécie de vida que a humanidade desconhece, mas que nos usa como condutores energéticos para se expressar e se sentir através do nosso vaso terreno. Esse processo ocorreu e continua ocorrendo a cada situação onde você é reprimido, condicionado, rejeitado etc. Qualquer forma de bloqueio do fluxo natural da expressão cósmica em você, e através de você, resulta nesta condensação energética, nesse nó energético.
  
O que eu quero dizer é que o sofrimento simplesmente é o que é, e em nenhuma hipótese ele pode ser você. É impossível que ele seja você. Você só acha que vocês são uma única coisa por estar se identificando com ele. Mas ele só está dentro de você, assim como tantas outras formas de vida que aguardam o momento oportuno para sair e continuar o seu estado evolutivo, assim como as bactérias, os lactobacilos e os fungos o fazem. Esse estado a qual ele espera, refere-se ao fluxo de energias que adentram o planeta, os movimentos cíclicos do universo e até mesmo as movimentações internas que ocorrem dentro do seu universo interior que trazem situações favoráveis para que ele possa se manifestar e sair da toca. Isto inclui os momentos de fases pré-menstruais que ocorrem com as mulheres, e os movimentos lunares que mexem com a energia interna dos homens.

Portanto, se você conseguir compreender que não é o sofrimento e que ele é apenas um visitante que está dentro da sua casa, toda a sua preocupação deixará de existir.

Por que você haveria de se preocupar com algo que nada tem a ver com você e que não é você?

Você se preocupa quando vê um casal de namorados discutindo na rua?

A resposta é não. Você não se preocupa com isto. Você pode até ver a situação e se sensibilizar com ela. Pode desejar que eles se entendam, mas isto não gera preocupação em você. Isto não vai lhe deixar aflito, pois você sabe que essa situação não lhe pertence e que, portanto, não há com que se preocupar.

Vamos entender um pouco melhor isto.

Se pararmos para observar o que está se passando dentro de nós mesmos, chegaremos à conclusão que o sofrimento, representado pela tristeza, medos, raivas, melancolias etc, não são desconfortáveis em si mesmos. Toda e qualquer energia é neutra, ela simplesmente é o que o que é. Quem as significa e as julga como boas ou más é a mente humana que sente a necessidade de identificar e julgar tudo que está dentro de nós. Isto é, o que te preocupa realmente ao perceber que sente medo, por exemplo, não é o medo em si, mas sim o porquê e de quem você o sente. Você foi condicionado a acreditar que o medo não é um sentimento nobre, portanto o julga como ruim, e por isso passa a se preocupar quando o identifica dentro de você. É isso que gera preocupação, desespero e todo o desconforto emocional. Ou seja, o que gera desespero é o fato não saber qual é o problema com você e o que isso quer lhe dizer.

Uma vez que você julga uma energia, você passou a não aceitá-la. Você resiste a ela e isto significa que você a está suprimido, sendo que, o correto, seria liberá-la, e liberá-la seria aceitá-la como uma visita, observá-la e deixar com que ela cumprisse o seu papel sem qualquer tipo de intervenção, apenas estando consciente de que ela está lá e, principalmente, lembrando-se que nada tem a ver com você.

Mas então você pergunta: Como posso não me identificar com algo que está dentro de mim se eu sei o motivo que me leva ao sofrimento e se estou sofrendo pelo fato de ter medo de perder o meu namorado?

Na verdade você não está sofrendo porque tem medo de perder o seu namorado. Esse não é motivo do seu sofrimento. Não existe o “eu sofrer”. Você é Deus em essência, e Deus não pode sofrer. Isto é apenas uma associação feita pela sua mente para dar uma resposta ou justificativa para essa energia que foi considerada como negativa e que está dentro de você. O problema todo é reconhecer essa energia, sentir medo e insegurança por tê-la reconhecida dentro de você e, por isso, pedir para a sua mente uma resposta. Ela então associa o padrão vibratório desta energia com algo que esteja acontecendo em sua vida e responde a sua pergunta. A mente considera que nenhuma pergunta pode ficar sem resposta, então ela responde de acordo com aquilo que sabe e pela sua necessidade de estar em busca do controle que a levaria a uma suposta sensação de segurança. Eu insisto, o problema não é a energia, mas sim o não saber o motivo dela estar lá.

Saiba que, o sofrimento, já existia, ele já estava dentro de você e ele não é você. Você se identifica com ele porque o sente dentro do seu ser, porque você não o aceita e tenta entendê-lo. E a sua mente lhe traz uma resposta dizendo que você sofre por conta disto ou daquilo. Mas o sofrimento em si já havia se manifestado em você antes mesmo de você associá-lo a qualquer outra coisa. Você sentiu, se preocupou e fez a pergunta, então a sua mente deu a resposta. Neste caso você acredita e diz que sofre por causa de determinada situação. E então você passou a ser o próprio sofrimento.

Para liberar esse sofrimento, bastaria que você o observasse sem se identificar com ele. Esse sofrimento não quer lhe dizer nada, não pode fazer nada contra você e não é seu. Ele não lhe pertence, apenas está dentro de você. Portanto, você deveria senti-lo, observá-lo e deixá-lo ir embora, assim como faz quando vê um casal discutindo diante do seu nariz.

É necessário que, a partir deste entendimento, você comece a praticar a auto-observação. Entenda como auto-observação o simples fato de testemunhar algo sem se identificar com ele e nem julgá-lo. Ao fazer isto, em poucos meses, você terá tido um grande avanço, você vai notar que a paz está presente em sua vida. Você terá se tornado um mestre de você mesmo. Um verdadeiro alquimista.

Ao adquirir a habilidade de identificar que essas energias não lhe pertencem, você poderá manter-se em paz mesmo quando estiver sentindo raiva ou qualquer outra emoção. Você saberá que a raiva está lá, mas você não será mais essa raiva, e sim a pura consciência pacífica que a observa.

Esse é o maior ensinamento que os mestres iluminados passavam aos seus iniciados. Essa é verdadeira e única forma de se alcançar a paz, ou se você preferir, a iluminação espiritual.

Estando livre do externo e focado na sua paz interior, tudo muda em sua vida. A natureza e o universo passam a se curvar diante de você, os sons mudam, a visão que você tem das pessoas mudam. A visão que você tem do mundo e de você mesmo mudam. E isso, significa estar vivendo em bem-aventurança.  

Diogo Beltrame

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