Um aspecto bastante desafiador nas relações humanas é a
convivência entre familiares. Amigos são aqueles que escolhemos para estar ao
nosso lado por livre e espontânea vontade, mas parentes e agregados não. Não
se trata de uma escolha, pois essas pessoas são inseridas em nosso convívio sem
que necessariamente tenham sido escolhidas por nós.
Então o que fazer?
Em primeiro lugar, é necessário que se compreenda que toda
pessoa que está presente em sua vida neste momento traz consigo um aprendizado
para você. Nada acontece por acaso no universo e todos os encontros são uma
forma de mostrar algo sobre você mesmo. E o que tenho notado durante esse período
em que estudo a mente humana, é que por conta da insegurança que permeia este
planeta, as pessoas estão cada vez mais se colocando dentro da pior prisão que
existe: a da própria mente e dos seus condicionamentos.
Toda a miséria nas relações humanas (entre parentes
principalmente) se deve ao fato do excesso de expectativas que as pessoas estão
depositando umas sobre as outras. A não aceitação de uma pessoa como ela é gera
em você a expectativa de que ela seja como você acha que tem que ser, e isso
nunca acontece, pois essa pessoa tem as suas próprias experiências que fizeram
dela o que ela é hoje. Cobrar de uma pessoa que ela pense como você chega a ser
uma insanidade, e é justamente dentro deste manicômio em que a sociedade humana
está vivendo. Todos cobrando todos e ninguém atendendo ninguém.
É necessário interromper esse ciclo de poder que você vem
dando ao mundo. Esse poder é dado por você mesmo quando atribui o seu bem estar
baseado naquilo que aquela pessoa vai fazer ou não. Todo o problema está aí. Os
relacionamentos viraram uma guerra de egos. E tudo que nasce da guerra só poderá
gerar ainda mais guerras.
Faça o que tem de ser feito por você mesmo e siga o seu
coração, sempre. Pare de se enjaular nas prisões da mente doentia que adora
criar problemas onde eles não existem. Você não está aqui para atender as
expectativas de ninguém e ninguém está aqui para atender as suas. Viva a sua
vida praticando o bem, mas lembre-se que, para que você possa ser bom para
alguém, é necessário, primeiramente, que você seja bom para você mesmo.
Cuidar dos outros é fácil. Abdicar do seu próprio bem-estar
pensando no outro é o que todos fazem. Dar carinho e estar sempre disposto a
ajudar aqueles que lhe pedem um conselho é confortável e gera segurança, pois
é uma oportunidade de você mostrar o quanto é bom. Difícil mesmo é dar carinho, respeito e atenção
para si mesmo, e isso é algo que está faltando para todos.
A vida é uma escola e a principal matéria a ser aprendida é a habilidade de se relacionar com as pessoas praticando o respeito. Respeito,
no sentido literal da palavra.
Viva e deixe viver.
Diogo Beltrame.
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